A verdadeira vida é espiritual, visto que todos são espíritos, embora encarnados, enquanto que a matéria é ilusória, passageira, de duração relativamente efêmera e de valor secundário. — Luiz de Souza

A vaidade - Por Luiz de Souza

A vaidade é uma das últimas falhas que abandonam o ser humano. Ela é terrivelmente enraizada no gênero humano.

Há quem ostente a simplicidade pela vaidade de ser simples. A vaidade esconde‑se, traiçoeiramente, nos recônditos da alma, e os seus tentáculos se aprofundam de forma desconhecida. Por isso nada deve ser feito ou dito que alimente esse inimigo perigoso, quando não se sabe se está inteiramente morto.

Na medida do esclarecimento, o indivíduo toma ciência do que vale, conhece‑se a si mesmo e se acanha de ser elogiado, de passar pelo que não é, de ver alguém atribuir‑lhe virtudes que talvez não possua e privilégios que lhe pareçam estar acima dos seus merecimentos.

Há certas ocasiões em que o louvor pode ser aplicado como um estímulo, como reconhecimento de uma ação meritória, como meio de encorajar e realçar o exemplo, mas é preciso cuidado para não baratear o elogio, não desvalorizá‑lo, não se o empregando bajulatória e inexpressivamente.

Quanto mais espiritualizado for o ser, menos elogios deseja receber porque os estímulos e os encorajamentos lhe vão sendo desnecessários, cumpre o seu dever de maneira consciente e da melhor forma possível, sabendo que é sua obrigação proceder da melhor maneira possível, que não faz favor nenhum e, portanto, não precisa ser aplaudido.

A falsa modéstia é outra forma errada de agir, pois com ela o que às vezes se procura é a contestação, para provocar o elogio.

Nesta demonstração faz‑se o alertamento para que se abram os olhos da alma e se reflita sobre o assunto que constitui um ponto importante nos exercícios mentais de espiritualização.

A vaidade
Por Luiz de Souza

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