
À medida que o ser
passa, de grau em grau, a subir a escala da evolução, vai se submetendo aos
princípios da moral, deixando de fazer o que não convém, para seguir a voz da
consciência, cada vez mais nítida e imperativa.
O cerceio da
liberdade é um bem, sempre que usado no sentido de conter o mal. E por mal se
compreende tudo aquilo que contraria as boas normas de viver, pautadas pelas
leis Supremas e Universais.
Todos devem, por
isto, satisfazer se com a liberdade relativa que possuem, procurando viver uma
existência controlada e pacífica.
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As leis foram criadas, precipuamente, para
regular a liberdade, para impedir que qualquer um tome o freio dela e pratique
o que quiser. Um mundo sem leis, seria um mundo selvagem. Logo, uma vez que as
leis são indispensáveis, a liberdade tem de ser dosada e limitada nas suas
manifestações.
Há um estado de
elevação espiritual em que as leis terrenas seriam dispensáveis ao indivíduo,
em virtude de tal equilíbrio moral já haver conquistado e tal poder de
consciência adquirido. Para esse, essas leis poderiam ser consideradas como
supérfluas, mas, já aí, ele obedece a outras leis, leis cósmicas, que se
aplicam nos planos siderais e que precisam ser rigorosamente observadas, para
que o Universo se mantenha na sua marcha normal: são as leis da
espiritualidade.

Enquanto, porém,
estiverem os seres sujeitos à evolução terrena, precisam conformar se com a
liberdade relativa que desfrutam. Ela será usufruída por cada pessoa, na medida
do seu adiantamento espiritual, da sua capacidade de realização, do seu
merecimento e das condições previstas para a sua evolução.





Quem tem contas a
saldar na Terra e todos as têm, maiores
ou menores não poderá gabar se de ser
livre ou de gozar de plena liberdade, porque o tempo se incumbirá de provar o
contrário.

Refreando a
liberdade, é indispensável que os estudantes desta Doutrina aprendam a dominar
principalmente estes três dons: o da
vista, o da audição e o da fala. Às vezes é conveniente, ver e não ver; ouvir e
não ouvir; conhecer mas não falar, pois quantas vezes "o silêncio é de
ouro", como diz o aforismo!
A liberdade plena
não faz falta a quem sabe conduzir se com elevação, entendimento e amor
cristão. Todos trazem planejadas as linhas mestras da sua trajetória terrena,
da qual não faz parte essa liberdade.

A falsa idéia da
liberdade, faz com que o ser se coloque um pouco à parte do conjunto humano;
essa idéia desenvolve uma percentagem de egoísmo, uma certa superioridade que
não pode existir.

Embora seja contida
a liberdade nos limites de uma parcela, todo esforço deve ser empregado para
dilatar esses limites, adquirindo o ser o preparo espiritual que o fará
merecedor desse prêmio. O raciocínio leva sempre a reconhecer que a chave do
progresso e o segredo do êxito estão na espiritualização. Nenhuma oportunidade
deverá ser perdida para alcançar essa conquista. O Racionalismo Cristão foi
trazido à Terra com a finalidade de oferecer esse ensejo àqueles que o
desejarem e tiverem o espírito amadurecido para participar dessa oportunidade.
Quanto mais se
aproxima o indivíduo do estado de perfeição, que é a sua meta, tanto mais
consciente vai se tomando do verdadeiro sentido da vida, e menos capaz se
revela de cometer um ato fora da lei que não esteja sob seu completo controle,
sem levar em nenhuma conta o princípio da liberdade.
O ser humano possui
a liberdade identicamente ao livre arbítrio, para aprender a não fazer uso dela
fora de limitadas condições, e essa aprendizagem é obra de milênios. Por isso,
o conceito de liberdade relativa ou absoluta precisa estar sempre presente nas
mentes humanas, para que nunca se excedam as pessoas na satisfação dos seus
desejos.
A Liberdade
Por Luiz de Souza
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