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Os
epicuristas venalizaram, isto é, corromperam o sentido da palavra amor.
Levaram-no para o campo da materialidade. Conspurcaram-no.
Tornaram-no
na vida mundana, uma expressão vulgar, despida de sublimação.
Isto porque a
espiritualidade anda muito escassa neste mundo de ostentações e de enganos.
Serviram se desse vocábulo para exprimir o desejo, a satisfação desfrutada nos
laços da carne. Esse é um sentimento interesseiro, efêmero, passional.
Ao contrário disso, o
verdadeiro amor é desinteressado, eterno, espiritual.
De nenhum modo o mesmo
termo deveria servir para registrar concepções tão distantes uma da outra. Mas
o certo é que um significado se une à corrente material, enquanto o outro pertence
ao domínio do espírito.
Jesus foi quem elevou a
expressão ao seu alto grau, revestindo-a de pureza e de luminosidade.
Ninguém pode amar fora da
espiritualidade, porque uma vez solto desse plano, o ser só o encontra no reino
da matéria.
O amor mundano é interesseiro,
porque visa a posse, a embriaguez dos sentidos físicos, sempre passageira e
ilusória, anseia pela obtenção de um prazer pessoal e egoísta, efêmero, porque
vive, apenas, durante a estação do viço, enquanto alguns encantos das imagens
da fantasia não fenecem. É passional, porque sofre as influências apaixonantes
dos espíritos do astral inferior.
Do outro lado, nobilitante, o
Amor é desinteressado, porque se alia ao sacrifício; nada pede, nada reclama,
nada exige e tudo oferece, desprendidamente; neste estado, a alma se sente
feliz de poder ser útil, de notar válidos os seus préstimos, de reconhecer se
parcela do Todo, que é todo amor. É eterno porque, uma vez revelado, nunca mais
se perde, não diminui; não acaba e acompanha o ser na rota para a eternidade. É
espiritual, porque é atributo do espírito, nada influindo nela a matéria.
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Há exemplos desse Amor sublime
na Terra, porque o espírito, embora encarnado, é sempre espírito, e por isso,
quando não sempre, vez por outra, confirma a sua natureza; vemo-lo na alma das
mães, dos pais, dos avós e, menos intensamente, na dos parentes afins.
Há amigos que também o sabem
cultivar. O afeto, a estima profunda, a amizade verdadeira, são manifestações
do amor. Todos os possuem inato em sua alma, em potencial, e a sua presença se
fará sentir, cada vez mais notória, na medida da crescente espiritualização.
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No estudo que o Racionalismo
Cristão faz dos atributos espirituais, sempre fica evidenciada a necessidade
premente e imperiosa dos seres humanos promoverem a sua espiritualização. A
humanidade só poderá viver feliz, depois de espiritualizada, quando os seus
componentes puserem em prática as suas virtudes enclausuradas pela ignorância
das coisas do espírito.
Os ensinos de Jesus, revelados
há cerca de dois mil anos, não encontraram a receptividade desejada e, ainda
hoje, expostos pelo Racionalismo Cristão, acham se cerceados pelas barreiras
trevosas da religiosidade materialista.
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Pouco a pouco, no entanto,
essas barreiras irão se rompendo, a luz da verdade se projetando de maneira
convincente, e os que uma vez a sentiram, jamais retrocederão, porque se
identificaram com ela.
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As vibrações da Inteligência
Universal enchem o Espaço Infinito, atravessam e saturam todos os corpos,
conduzindo, na sua essência, o amor supremo, de que também se constituem.
Desde que, pelo
desenvolvimento da espiritualidade, se estabeleça a sintonização daquelas
vibrações com as das partículas individuais, que são os espíritos, não só a
inteligência alcança os mais altos afinamentos, como o amor se desabrocha com
as suas aprimoradas refulgências.
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O caminho da espiritualidade é esse de
atingir se a sincronização das vibrações dos seres com as do Grande Foco, o que
se alcançará, com mais propriedade, no Plano Astral, mas que deve ter início ou
ponto de partida nas diretrizes adotadas na vida terrena, em que se amoldam e
se revelam as predisposições espirituais.
A espiritualização começa a
ser promovida na Terra, e só então poderá prosseguir no Espaço. Assim, enquanto
os habitantes deste orbe não derem início à ação espiritualizadora, terão de
reencarnar, tantas vezes quantas forem necessárias, até resolverem dar esse
passo. Esta advertência não representa, de modo algum, uma ameaça, mas tão
somente uma informação fraterna que poderá interessar a alguém, e que é
oferecida como uma dádiva de amor.
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Aqueles que adquiriram tal
convicção por meios espirituais, estão no dever de divulgar o que aprenderam, e
assim fazem também os Espíritos do Astral Superior que, empenhados na
espiritualização do planeta, distribuem amor através dos ensinos do
Racionalismo Cristão e por via de outras ações diretas.
A ciência reconhece que estão
agrupados, neste mundo depurador, seres da mesma índole, com afinidades
idênticas, formando coletividades à margem umas das outras, segundo as
inclinações comuns que cada uma delas revela.
Isso comprova que a evolução
se faz por grandes grupos, no interior dos quais se encontram espíritos que,
através de milhares de reencarnações, estabeleceram, entre si, pontos-de vista
análogos, compromissos de ordem moral, débitos por saldar e outras ligações,
como as de família, de sociedade, de empreendimentos que os unem
indissoluvelmente, formando raças, sub raças ou regionalistas implacáveis.
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Daí ressalta a razão de muitos
se ajudarem mutuamente, no sentido de uma grande família. Esse aspecto se
reproduz no âmbito do espírito, em que se devotam os seres pela colaboração,
pelo desprendimento, pelo desejo de ajudar, à tarefa de levar aos demais, com
amor, a obra de espiritualização.
Realizar o amor na vida
terrena, com toda a sua sublimidade, é tarefa assaz difícil, mas não há ninguém
que a tenha realizado de um dia para o outro. Essa realização se dá com o
desenvolvimento da espiritualidade, paulatinamente, e com o esforço que for
empregado, e culmina quando o ser for capaz de amar aqueles que o odeiam.
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Neste caso, a espiritualidade
já está tão aflorada, que a criatura, em tal estado, não precisa mais da Terra
para prosseguir na sua evolução, e se a ela voltar, será para desempenhar
missão especial.
O espírito que emite vibrações
de ódio é infelicíssimo, e precisa ser prontamente ajudado, por encontrar se à
beira de um abismo. Quem por ele se interessar, poderá oferecer lhe
solidariedade afetuosa, vibrações fraternais feitas com serenidade e interesse,
de maneira a que uma certa dose de amor possa valer lhe.
Aqueles que se dispõem a algo
fazer por alguém que o mereça, passam, automaticamente, a receber boa
assistência do Plano Astral daqueles que ali possuem fonte de amor e se servem
de todas as oportunidades para praticar o bem.
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O Amor é força que pode operar
grandes prodígios por meio de quem dela dispõe e a sabe aplicar, todos os
seres, indistintamente, chegarão a tê la desenvolvida, mesmo os que se
obstinam, por enquanto, a não abandonar as crendices anestesiantes do espírito.
São as crendices que tolhem o movimento da espiritualidade, e sem esta não pode
haver Amor.
Quando se puder entronizar no
mundo e esse dia chegará o império do amor, não haverá mais guerras,
nem revoluções, nem dissidências. Quanto mais esclarecida for a criatura, tanto
menos divergirá, em igualdade de condições, do seu semelhante.
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A verdade sendo, como é, uma
só, não pode ser entendida de várias maneiras, nem haver discordância no seu
conhecimento. Todos hão de chegar a um ponto de evolução em que não há de haver
duas modalidades; distintas e separadas de aceitar um conceito.
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As conclusões serão positivas
e convergentes, e, assim, bem se entenderão os indivíduos e os povos na marcha
unida, cada vez mais para cima. Será quando não só o intelecto demonstrará a
razão e a lógica dos fatos, com união de vistas, mas, mais ainda, o amor, com a
sua contribuição inseparável.
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Todos os acordes da
orquestração espiritualista afinam com o tom harmonizante do conjunto das
vibrações excelsas do amor.
O Amor
Por Luiz de Souza
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