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A
constância é uma virtude indispensável a qualquer realização. Ela se sobrepõe
às dificuldades e é fator decisivo das vitórias. A constância marcha ao lado da
convicção. Assim, quem é constante é convicto, e sabe para onde vai e o que
quer.
Ao
contrário do volúvel, que é um indeciso, um incoerente, podendo chegar a ser
leviano, o constante é compenetrado, seguro e consequente.
É
preciso haver constância nos estudos, no cumprimento dos deveres, na
pontualidade, na afetividade, nas tarefas de levar por diante os bons
cometimentos.
A
constância é baseada no raciocínio e no critério, e surge como medida sensata e
equilibrada. É pela constância que as obras de repercussão futura são mantidas
e animadas. Não fosse pela constância, o Racionalismo Cristão não permaneceria,
persistentemente, incutindo a luz da Verdade em espíritos renitentes uns,
retardatários outros em assuntos espirituais.
A
constância é tolerante e paciente, não se alterando diante da indiferença ou do
descaso, por ter o seu caminho traçado e seguir por ele. Pouco importa o
vozerio do mundo insensato e imprudente, se o espírito constante, apoiado em
madura compreensão, não se deixar levar pelas dissonâncias do ambiente.
Obras
que não se concluem, recebem o golpe da inconstância e deixam entrar em cena o
enfraquecimento, a desunião, a falta de compreensão.
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O memorável exemplo de
Jesus é um hino de glória à constância, pois ninguém o demoveu do seu propósito
de predicar em favor da sua doutrina, embora soubesse, de antemão, a que extremo
o levaria a sua constância.
Os
grandes Luiz de Mattos e Luiz Alves Thomaz foram outras duas figuras
inflexíveis na constância de levar a bom termo, na Terra, a implantação da
Doutrina Racionalista Cristã. As dificuldades e os sacrifícios que tiveram de
enfrentar foram muitos, mas, como espíritos de alta classe, não se desapegaram
da constância triunfante.
Quem se
dispuser a ter constância não pode ser comodista, desatento, parcialista, mas,
ao contrário, tem de ser ativo, eclético e idealista. A sua linha de conduta é
firme, e os traços de sua personalidade não deixam dúvidas quanto à sua
definição moral.
A
constância fortalece a firmeza de caráter, enobrece a alma e dá exemplos de
segurança. Na realidade, o ser afeito à constância apóia-se em argumentos, em
relações fundamentais, em conclusões abonadoras. Por isso não torce nem para a
direita nem para a esquerda, mas prossegue num mesmo sentido, coerentemente.
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O
indivíduo nasce constante ou volúvel, porém os que nascem volúveis precisam
corrigir-se dessa falha, e os que vieram à Terra já com a virtude da constância
devem fazer tudo para fortalecê-la.
Essa
circunstância de mostrar o indivíduo, em tenra idade, as tendências para ser
constante ou volúvel, é uma consequência do que foi em encarnações pretéritas,
e depende do que nelas mais alimentou. Se nada fez para não ser volúvel,
adquiriu, de fato, essa tendência que, segundo o grau com que se manifesta,
pode exigir o esforço de várias encarnações, para dela se libertar. As más
tendências criam raízes profundas, de difícil e demorada extirpação. As boas,
como, no caso, a da constância, devem ser cultivadas, porque conduzem ao
aperfeiçoamento espiritual.
Sempre
que a criança revelar certa má tendência, como nos maus hábitos, esta deverá
ser logo eliminada. Para isso, usa-se o bom senso comum, o critério, o
tirocínio, a prudência e o raciocínio como armas de efeito sumário. Estes
escritos são endereçados àqueles que se acharem amadurecidos para a
espiritualidade, e os puderem absorver com entendimento.
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É pela
constância nos estudos que se formam os cientistas, que se preparam os
inventores, que se descobrem e extraem as riquezas do subsolo; é, ainda, pela
constância que se aperfeiçoam os métodos de cultura, de trabalho, e os demais
que induzem ao progresso.
Vê-se,
pois, que a constância tem uma importância capital na vida humana, e que deve
ser cultivada por todos que quiserem participar de melhores dias. Ela é
construtiva, benéfica e altamente compensadora.
Diz,
com sabedoria, um aforismo que "errar é humano, e que o mal está em
persistir no erro". Ora, uma vez verificado o fato de que tal ou qual
diretriz é condenável, imediatamente se terá que tomar novo rumo, antes que a
criatura se venha a tornar vítima das consequências. Por isso, todos, no mundo,
têm que andar alerta, cuidadosamente, espreitando o inimigo que surge ou pode
estar escondido onde não se espera.
São
esses cuidados terrenos que apuram as qualidades morais e fazem com que as
criaturas mais experimentadas passem de aprendizes a conselheiras. Convém então
ouvir os sábios conselhos das pessoas idosas, bem vividas e sensatas,
especialmente quando foram delicadas e eficientes preceptores, marcadas pela
constância.
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A
constância é um atributo indispensável à formação moral de cada ser. Ninguém
pode imaginar um Espírito Superior volúvel; seria um completo absurdo tal
ideia. Assim, não se chegará a uma escala Superior de evolução, enquanto não se
possuir o atributo da constância para aplicá-lo nas atividades, compromissos e
realizações. Todos têm que seguir na vida um código de princípios morais, se
quiserem bem aproveitar a encarnação, e, dentro desse código, não pode faltar a
prática da constância, pelo seu grande valor, pelos exemplos que poderá
oferecer e pelos bons resultados que se farão sentir.
Proceda-se
a um exame do valor da constância nos acontecimentos cotidianos, e se verá como
aqueles que a adotam conseguem triunfar, pois em torno da constância
construtiva formará uma corrente astral que a protege e mantém a fim de que o
objetivo para o qual ela existe, seja, invariavelmente, alcançado.
A
constância, na busca de um elevado fim, estabelece vibrações permanentes em
favor da sua consumação. Como as correntes afins se unem, compreende-se a forma
pela qual entram em contato aquelas com as do mesmo gênero firmado no Astral,
que as revigora e sustenta, materializando-se os seus colimados fins.
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Os
pensamentos do Astral Superior são construtivos, pois que nele tudo converge
para a evolução, em todos os aspectos. Ali, a constância, na manutenção desses
pensamentos, é uma verdade, que não se modifica enquanto os planos traçados não
se converterem em realidade positiva. Deste modo é que os ideais humanos, os
programas terrenos de elevação moral e as soluções que concorram para o
benefício espiritual da humanidade encontram reforço naquele ambiente Astral,
pela associação das correntes afins, e, como resultado automático, externam-se,
no campo físico.
O
Racionalismo Cristão é um exemplo desse fenômeno psíquico, dessa coordenação de
pensamentos, da constância com que a ideia é mantida até à sua consecução. São
ainda os pensamentos afins, as vibrações sintonizadas em caráter constante, que
asseguram o êxito dos trabalhos no Racionalismo Cristão, onde há uma fusão
completa dos elevados ideais comuns dos planos físico e Astral.
A
constância tem sido, pois, uma força favorável ao resultado feliz dos
empreendimentos, e será tanto mais consistente quanto mais firme se apresentar
no curso da sua duração. Ela concentra, em si, um poder em potencial que apenas
aguarda a ocasião para demonstrar a sua magnitude.
Ser
constante, firme, imperturbável nas suas convicções, é atributo que compete ao
espiritualista desenvolver e, por isso, o terá presente nestas disposições
doutrinárias. Atende-se, assim, ao fornecimento de meios para que os estudiosos
do Racionalismo Cristão possam dar expansão às suas possibilidades inatas, e
conseguir, mais depressa, alvejar a meta.
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Ao
adotar a constância como um hábito, abre-se ao indivíduo um caminho novo na
vida, por via do qual outras perspectivas se revelam, para melhorar a sua rota.
Para ser constante, não basta querer, mas também agir, empregar esforço,
controlar-se e educar-se para esse fim. Exige a tarefa força-de-vontade,
decisão e entendimento racional, pois ninguém deixará de ser constante, desde
que compreenda a sua razão de ser, a sua força espiritual.
Dê-se à
constância inteligentemente o mérito que ela tem, para que dessa disposição
resulte uma firme usufruição de resultados compensadores. O que se quer atingir
é um viver mais proveitoso, mais útil, mais benéfico aos interesses evolutivos
da comunidade, voltada para o lado da espiritualização.
A
Constância - Por Luiz de Souza
Fonte: Livro A Felicidade Existe