Uma das mais
fecundas e promissoras iniciativas postas em prática pelo Governo do Estado do
Rio de Janeiro foi a de construir, no território fluminense, uma escola rural
em cada um dos seus cinquenta municípios.
Com isto, nada
menos do que umas oito mil crianças, das zonas rurais, de cada vez, vão
aprender, em turmas que se sucedem, a par das letras e dos números, pratica e
teoricamente, as normas elementares dos trabalhos agrícolas.
Como o nome
indica, estão, essas escolas, sendo construídas no campo, em áreas que se
aproximam de trinta mil metros quadrados, e assim, com largueza bastante, como
seve, para que todos os alunos possam se dedicar ao cultivo da terra e tirar
dessa aprendizagem os conhecimentos com os quais se tornaram agricultores.
O ensino é
ministrado por técnicas da Secretaria da Agricultura e preparado com objetivo
de desenvolver nessa força adolescente o gosto pela produção vegetal, de tão
compensadores resultados.
O discípulo assim
conduzido por quem bem conhece o mister, sente-se seguro do seu esforço e vê
coroado, do mais franco sucesso, o resultado dos seus primeiros ensaios.
O ensino escolar,
propriamente dito, é confiado a professoras que, antes de assumirem a direção
da escola, fazem um curso especializado de agricultura, de modo a poderem
cumprir o programa determinado para o ensino nessas escolas rurais.
Com este cuidado
registra-se uma orientação que deve e pode garantir o êxito da iniciativa. Os
alunos aprendem a aliar aos assuntos correlatos ao amanho da terra, o
conhecimento das questões referentes ao clima, aos ventos, á qualidade da
terra, ao combate às pragas, etc.
Ficam, deste modo,
reduzidas ao mínimo as possibilidades de insucessos que produziriam desperdício
de energias e valores e descoroçoamentos futuros originados por tentativas
estéreis.
Os recursos dos
pais dos meninos que irão frequentar essas escolas são parcos, de um modo
geral, de sorte que toda a atenção convergirá para a solução do problema econômico,
dentro de bases racionais, ajustadas ao caso, em especial.
É de se supor que,
periodicamente, talvez de quatro em quatro anos, cerca de oito mil adolescentes
devam estar preparados para se tornarem agricultores, de maior ou menor
capacidade, de acordo com a vocação de cada um, e conforme a força de vontade e
boa disposição que possuírem.
Até mesmo o
elemento feminino tirará grande proveito desse curso, aprendendo com ose
consegue manter uma pequena horta, ao lado da habitação, em complemento aos encargos
domésticos. O nosso povo da roça faz pouco uso de verduras e legumes e por isso
sofre fisicamente as consequências dessa falha, que ora se procurará corrigir,
nesses núcleos de instrução.
Espera-se, também,
sem demasiado otimismo, que, desses muitos pequenos agricultores, surjam depois
vários grandes fazendeiros.
Ninguém pode
antever com segurança, até onde se estenderão os benefícios quando esta notável
iniciativa começar a produzir os seus frutos. Mas todos devem estar acordes em
que ela poderá, por si só, restaurar a pujança fluminense, fazendo reviver o
esplendor de outrora.
A nossa maior riqueza é, e terá de ser ainda por muito tempo, a agrícola. Por esta razão, todos os empreendimentos que forem lançados com o fim de promover o desenvolvimento dessa riqueza, merecem ser dignificados, e os seus autores tornar-se-ão credores da gratidão do povo que governam.
A nossa maior riqueza é, e terá de ser ainda por muito tempo, a agrícola. Por esta razão, todos os empreendimentos que forem lançados com o fim de promover o desenvolvimento dessa riqueza, merecem ser dignificados, e os seus autores tornar-se-ão credores da gratidão do povo que governam.
Por Eng. Civil Luiz de Souza
Fonte: Pesquisa Livre na Internet